Yamaha PSR-510

Tipo: arranjador
Fabricante: Yamaha
Modelo: PSR-510
Ano de fabricação: 1993
Ano de entrada no set: 1995 - Saída: 1997
Avaliação: 9/10 ★★★★★★★★★☆



Um teclado arranjador da minha pré-adolescência, que foi uma gritante curva de aprendizado em relação ao instrumento que eu tinha antes, o Casio CTK-500. E é um teclado que eu teria hoje no meu home studio sem qualquer problema...
Lembro bem da ocasião: eu estava na minha prática diária de teclado, ainda no CTK-500, numa manhã de 1995, e chegou a hora de almoçar, e, logo depois, ir à escola. Na volta da escola, fui para o meu quarto, tirar a mochila das costas e tal. Aí fui tocar de novo e... Lá estava o PSR-510, instalado na estante, e ainda com uma caixa amplificadora embaixo (!!!)
Quando vi aquele IMENSO painel na minha frente, fiquei chocado... Afinal, até então eu tinha um teclado para praticar e, de repente, me aparece um repleto de botões por tudo quanto é lado?! Foi a primeira vez que precisei ler o manual do instrumento antes de começar a usá-lo, e também foi a primeira vez que tive em mãos um teclado com conexões MIDI - de fato, após ler o manual e ver o tal do MIDI, fiquei tão curioso com isso que, por um curtíssimo período de tempo, cheguei a ter um segundo teclado junto com ele, não sei se era um PSR-500 ou outro, agora me falha a memória. E achei o máximo o fato de "um teclado tocar o outro", por assim dizer... Talvez ali tenha nascido a vontade de construir um estúdio - lembro, inclusive, que, naquele período aproximado entre meus 12 e 17 anos, eu vivia desenhando diagramas, com retângulos representando instrumentos, e com linhas representando conexões, algo assim. Anos mais tarde, em 2005, eu, de fato, comecei a construir meu home studio - e, de certa forma, venho o construindo até hoje.
O PSR-510 fez parte de um momento pivotal na minha vida: uma apresentação solo, ocorrida em fevereiro de 1996. A história dessa apresentação foi a mais casual possível: eu estava na praia, com a família, em janeiro daquele mesmo ano, quando, de repente, fiquei sabendo que meu nome estava na lista de atrações de um evento da Prefeitura Municipal de Osório-RS. Como meu nome chegou lá? Não sei. E como fiquei na hora? Sem ação... E mais: o evento chegou a ser divulgado NO RÁDIO, COM MEU NOME SENDO DITO NO ANÚNCIO. Pensa no que se passa na cabeça de um menino de 12 anos que, de repente, vira uma das atrações de um grande evento? Sorte que eu tinha levado o PSR-510 para a casa da praia, senão...

A apresentação foi feita totalmente no improviso, com repertório arranjado na hora, do jeito que dava. Mal consegui dar uma treinada na casa da praia, antes daquela noite. Mas, com tudo isso, ainda consegui cumprir com o compromisso - e aquela apresentação ficou marcada para mim como a primeira vez na vida em que toquei num palco. Até então, eu tocava apenas em recitais, como aluno de piano/teclado. Olha a diferença...


Vídeo da apresentação, na íntegra

O PSR-510 foi um divisor de águas para mim. Se, até então, eu tinha o teclado como um mecanismo de estudo, a partir de 1996, com esse então novo instrumento, eu passaria a explorar de fato os recursos disponíveis - o que me levou às primeiras pesquisas sobre novos sons, ao entender como funcionavam coisas como Dual, Split etc.. É um teclado que, se eu encontrasse hoje, teria algum papel fundamental no meu home studio, tanto como controlador, quanto como ele mesmo. Para um arranjador fabricado em 1993, aquele enorme painel, cheio de tudo quanto era possibilidade, saltava aos olhos - e saltou aos meus olhos naquela época, em especial, pois foi quando percebi que eu podia fazer muito mais com o instrumento do que apenas treinar.

Praticando em casa no inverno de 1996

O instrumento ficou comigo até mais ou menos o início de 1997, quando meu pai achou que seria legal avançar ainda mais, trocando-o por outro da mesma série, o PSR-620.
É difícil avaliar um instrumento que passou pelas minhas mãos há tantos anos, numa época bem longínqua, na qual tudo era novidade para mim. Mas posso dizer que, numa avaliação moderna, uma nota 9 cairia bem, nesse caso - o único "porém" do instrumento sendo a baixa polifonia para tantos recursos. Naquela época eu nem sabia o que era polifonia, no entanto... Tudo o que eu queria era usar o instrumento. Eu passava horas e horas e horas só mexendo nele. E era bem bom...