Yamaha MOX8

Tipo: workstation/piano digital
Fabricante: Yamaha
Modelo: MOX8
Ano de fabricação: 2011
Ano de entrada no set: 2013 - Saída: 2017
Avaliação: 9,5/10 ★★★★★★★★★



Esse foi um daqueles instrumentos super longevos do meu set, fazendo história tanto no meu trabalho em palco quanto no home studio. E a história da aquisição do mesmo foi bastante inesperada...

Um dia, após um show da banda Mr. Breeze, no início de 2013, meu piano portátil na época, Casio Privia PX-330, apresentou um problema bastante sério: afundamento de uma tecla. Não seria grande coisa; bastaria encaminhá-lo à autorizada para resolver a questão. Porém, eu já tinha outro show com a banda muito em breve, que requeria piano e, nessa situação, entrei em desespero - não teria como ser diferente, com agenda apertada a cumprir, e com um instrumento defeituoso em mãos.

Após uma noite sem dormir, fui falar com meus pais sobre um novo piano portátil e, durante a conversa, expliquei para eles que eu só aceitaria um top de linha, ou quase isso, pois não poderia correr mais riscos, e a agenda estava enchendo. Foi feita uma longa pesquisa: entramos em contato com várias lojas locais para ver se achávamos alguma coisa. Até que, num desses telefonemas, o vendedor falou sobre esse Yamaha MOX8. Decidimos ver o instrumento de perto.

Fui apresentado ao MOX8 e, na hora, meus olhos já brilharam. Comparado com tudo o que já havia passado antes pelas minhas mãos, aquilo era como uma limousine (!!!) Nem quis fazer teste nenhum; eu já queria era trazê-lo para casa mesmo. Se não estou enganado, foi feita a troca do PX-330 pelo MOX8, com pagamento da diferença.

Nisso, o vendedor reparou que faltava um knob no painel - e agora?! O mesmo entrou em contato com outra filial da loja, perguntando se a peça havia ficado lá, já que o instrumento veio de lá. A tal peça realmente estava lá e fui posto na linha do trem para ir buscá-la. Sim, fui de Novo Hamburgo a Porto Alegre, depois de volta a Novo Hamburgo, só por causa de um knob. Mas a questão foi resolvida e, no fim, o MOX8 era meu!

Chegamos em casa com aquela imensa caixa no carro. Já me dediquei a explorar o instrumento; de cara, descobri o melhor som de piano que eu já tinha ouvido naquele tipo de instrumento. E ainda me deliciei com tantas possibilidades nele... Possibilidades essas que me incentivaram a reiniciar meu trabalho de composição instrumental eletrônica, parado havia muitos anos.

Yamaha MOX8 no dia em que chegou, em maio de 2013

Não muito tempo após a compra do MOX8, a Mr. Breeze já tinha mais shows agendados - isso fez com que eu não tivesse muito tempo para explorar bem o instrumento. Até esse ponto, eu o usava como "piano"; só mais tarde, ao sair da banda, é que consegui, enfim, estudar bem o instrumento.

Durante o show da Mr. Breeze no Opinião (Porto Alegre-RS) em junho de 2013 - MOX8 presente em todas as fotos

Em 2014, criei meu primeiro canal no YouTube, onde comecei a colocar meus primeiros novos trabalhos autorais instrumentais eletrônicos, após muito tempo sem fazer nada relacionado a isso. O MOX8 teve um papel fundamental na criação dos primeiros arranjos.
Avançando no tempo, em 2017, meu domínio do MOX8 já era bem maior, e, àquela altura, eu já conseguia construir bases musicais inteiras e bem detalhadas só com ele, sem necessidade de DAW, a não ser para gravar. Por exemplo: toda a base de "Liquid Visions" foi produzida nele (aqui mostrada na nova versão do vídeo, de 2020, mas a gravação em si é a mesma):

 
O MOX8 era verdadeiramente uma fonte de tudo: timbres, pré-produção, sequenciamento, edição do som etc.. Um dos instrumentos mais versáteis com os quais já trabalhei, e ainda tinha 88 teclas pesadas. Inclusive, quando comprei o piano Kurzweil KA-90 em 2017, eu ainda tinha o MOX8, e ambos os instrumentos coexistiram por um breve período de tempo - foi uma das minhas primeira vezes com "dois pianos". Então aconteceu de, por um acaso do destino, eu precisar vender o MOX8 - foi triste, mas necessário na hora, pois eu estava bem apertado. Não muito tempo depois, a fim de compensar a "perda", e porque eu precisava de um instrumento prático e fácil de carregar (coisa que o MOX8 não era, pois era super pesado e exigia case de rodinha para ser transportado), comprei o Yamaha MX61, que não tem parte dos recursos existentes no MOX8, mas tem quase os mesmos timbres.
Esse foi, se não o melhor, um dos melhores instrumentos que já tive. A razão do 9,5 é uma só: sua polifonia de 64 vozes. Pô, um instrumento desse porte merecia 128, né?! Ainda bem que a Yamaha corrigiu isso no instrumento sucessor dele, o MOXF8... Mas enfim, que mina de ouro que passou pelas minhas mãos...